Segundo a médica especialista Thaline Neves, os avanços da radiômica e da radiogenômica representam uma verdadeira revolução na medicina personalizada. Essas áreas utilizam a análise quantitativa de imagens médicas para identificar padrões biológicos complexos, permitindo diagnósticos mais precisos e tratamentos individualizados, especialmente no campo da oncologia.
Ao longo deste artigo, serão abordados os conceitos fundamentais dessas áreas, como elas se aplicam à personalização do tratamento oncológico, seus benefícios clínicos e os desafios éticos e tecnológicos que ainda precisam ser superados.
O que são radiômica e radiogenômica e como elas se diferenciam?
A radiômica é uma metodologia que transforma imagens médicas convencionais, como tomografias e ressonâncias magnéticas, em grandes volumes de dados quantitativos. Esses dados são processados por algoritmos e softwares especializados que extraem informações sobre textura, forma, densidade e outros parâmetros invisíveis à observação humana. Essa análise permite identificar características sutis dos tecidos, que podem indicar a agressividade de um tumor ou prever sua resposta a determinados tratamentos.

Já a radiogenômica vai além da imagem. Ela busca correlacionar os dados radiômicos com informações genéticas e moleculares do paciente. Em outras palavras, enquanto a radiômica descreve o tumor em detalhes visuais, a radiogenômica revela como essas características se relacionam com o comportamento biológico e o perfil genético da doença. De acordo com a Dra. Thaline Neves, a integração entre essas duas abordagens representa um passo decisivo para a medicina de precisão.
Como a radiômica e a radiogenômica auxiliam na personalização do tratamento oncológico?
A personalização do tratamento oncológico é um dos maiores desafios da medicina moderna. Cada tumor apresenta um comportamento único, determinado por suas características moleculares e microambientais. Nesse contexto, a radiômica e a radiogenômica se destacam por fornecerem dados objetivos que auxiliam o médico na escolha da melhor estratégia terapêutica.
Por meio da análise quantitativa das imagens, é possível identificar padrões que indicam, por exemplo, se um tumor responderá bem à quimioterapia, à radioterapia ou à imunoterapia. Conforme Thaline Neves, essas tecnologias ajudam a monitorar a evolução do tratamento em tempo real, permitindo ajustes precoces na conduta médica conforme a resposta do paciente.
Quais são os principais benefícios da radiômica e radiogenômica na prática clínica?
Os benefícios da radiômica e radiogenômica vão muito além da oncologia, mas é nesse campo que seu impacto é mais evidente. Entre os principais avanços estão a capacidade de prever o prognóstico do paciente, avaliar a eficácia terapêutica e identificar marcadores biológicos não invasivos. Essas ferramentas reduzem a necessidade de biópsias repetitivas e oferecem uma visão mais abrangente do tumor, já que analisam toda a lesão e não apenas uma pequena amostra de tecido.
Outro ponto importante é a integração com sistemas de inteligência artificial. Os algoritmos aprendem a reconhecer padrões complexos em grandes bancos de dados, aprimorando continuamente sua capacidade preditiva. Com isso, o diagnóstico torna-se mais rápido e confiável, beneficiando pacientes e equipes médicas. Thaline Neves destaca que o uso dessas tecnologias também contribui para a padronização dos exames, reduzindo a variabilidade interpretativa entre diferentes profissionais.
Qual é o futuro da radiômica e radiogenômica na medicina?
O futuro da radiômica e radiogenômica é promissor e já começa a moldar uma nova era da medicina baseada em imagem. Com o avanço da inteligência artificial, espera-se que os sistemas se tornem cada vez mais autônomos e precisos, capazes de oferecer diagnósticos preditivos em tempo real. Graças ao trabalho de especialistas como Thaline Neves, essas inovações seguem ganhando espaço na prática clínica, demonstrando que o futuro da medicina baseada em imagem é promissor, ético e voltado para o cuidado centrado no paciente.
Autor: Altimann Brecht